*Dr. Ismael José Vilela
O Domingo da Misericórdia, celebrado no dia 16 de abril, marca o término da oitava da Páscoa. A celebração da oitava é como se fosse um prolongamento daquela alegria vivida no Domingo da Ressurreição: O Senhor ressurgiu verdadeiramente.

Durante a semana da oitava, as orações litúrgicas e a missa repetiam com insistência a frase: Esse é o dia que o Senhor fez para nós. Alegremo-nos e nele exultemos. Que alegria é essa? Que exultação é essa? Temos razão para estarmos alegres e exultantes, olhando a nossa realidade individual e a realidade do mundo? Não seremos nós uns alienados se atendermos a esse chamado?
Quando ouço esse convite à alegria e à exultação, tenho a impressão de que Deus, desde toda a eternidade, pensou nesse dia em que Seu Filho morreu e ressuscitou. Esse dia foi pensado, foi feito para nós: a máxima expressão do infinito amor de Deus para conosco. Nada, nem a morte, pode resistir a esse amor. Essa é a razão da nossa alegria, da nossa exultação, da nossa esperança. O olhar de Deus, desde toda a eternidade, não se deteve em nosso pecado. Essa é a utopia que abraçamos quando professamos nossa fé na Ressurreição.
A esperança que nos vem da Ressurreição se renova a cada domingo, na celebração eucarística. Mas é importante prestarmos atenção noutro detalhe. Não estamos sozinhos nessa esperança. Fazemos parte do grupo dos que creem e esperam: fazemos parte da Igreja, dom de Deus e sustentáculo da nossa alegria. Assim, em cada celebração eucarística fazemos a experiência de sermos Igreja. Isso será suficiente para nos abastecermos em nossa fé e em nossa esperança e para o amor de Deus se espalhar pelo mundo através de nós.