*Dr. Ismael José Vilela
A Igreja no Brasil dedica o mês de agosto às vocações religiosas. No calendário civil, temos o dia do Psicólogo que, por acaso ou não, coincide com o dia de Santa Mônica, de acordo com o calendário da igreja católica.

É possível desenvolver uma reflexão na tentativa de aproximar as três ” celebrações”. Começamos por olhar para a profissão de Psicólogo, que no ICaPP se concretiza na prática da psicoterapia. Vou olhar para a minha própria experiência de psicoterapeuta, iniciada há exatos 42 anos. Nesse olhar retrospectivo, encontro no meu desempenho a intenção de ajudar cada pessoa a resolver seus problemas emocionais, psíquicos e existenciais. Esforçava-me por aplicar da melhor forma as técnicas de que dispunha. Exercia a profissão. Era um bom profissional.
Com o passar do tempo fui percebendo que, atrás dos problemas, havia sofrimento. Às vezes superáveis, às vezes intransponíveis. Nesses casos, era necessário me colocar como companheiro existencial. Solidário com quem estava diante de mim, ajudando-o a sair da solidão e do abandono em que se encontra a pessoa que sofre. Foi nesse ponto que a profissão se transformou, para mim, em vocação, não no sentido religioso, mas no sentido existencial: ajudar quem sofre a se abrir para a vida, para o outro e, porque não, para o Outro. A se abrir mesmo na dor. A fazer a experiência de ser acolhido e sustentado.
A parábola do Bom Samaritano expressa bem essa realidade. Ele não curou; apenas se compadeceu e acolheu. Nós, do ICaPP temos nos esforçado para fazer esse percurso da profissão para a vocação de psicólogo e psicoterapeuta.
Falta fazer a ligação com Santa Mônica. Podemos ver nessa mulher, que viveu no século V, alguém que acreditou incondicionalmente no potencial de seu filho Agostinho . Ela sabia, intuitivamente, que havia uma possibilidade infinita no íntimo do filho, não obstante seus descaminhos.
Nós, do ICaPP, professamos essa fé no ser humano, porque acreditamos, antes de tudo, que há uma centelha de Deus no íntimo de cada um de nós. A partir daí nos sentimos livres para pedir a Deus que nos ajude no exercício de nossa profissão/vocação, e ajude também a cada pessoa que nos procura a encontrar a vida em plenitude.
Palavras sábias, que denotam experiência de vida e grandiosidade de espírito.
Quero sempre aprender mais com você, dr.Ismael, e toda sua maravilhosa equipe de profissionais, que descobriram e exercem cotidianamente suas vocações.
Querido Dr. Ismael. Belíssima reflexão. Que o Senhor continue o cobrindo com seu manto de luz. Abraço, Tereza