Celebramos no domingo, dia 24 de julho, o 2° Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, para o qual o Papa Francisco escolheu o tema: “Dão fruto mesmo na velhice” (Sl 92, 15). Em sua mensagem, o pontífice quis oferecer aos idosos um projeto existencial: ser “artífices da revolução da ternura”. Você pode ler a mensagem, na íntegra, CLICANDO AQUI. No dia 26 de julho, a Igreja celebra a festa de São Joaquim e Sant’Ana, pais de Nossa Senhora e avós de Jesus. Na ocasião, em todo mundo, é celebrado o Dia dos avós.
Desejamos a todos os vovôs e vovós as bênçãos de Deus, a fim de que sejam verdadeiros “artífices da ternura”.

O diretor do ICaPP, dr. Ismael José Vilela, que também é avô, escreveu uma mensagem sobre o envelhecimento, carregada de verdade e esperança. Confira!
Com certeza, a primeira impressão que se tem quando se envelhece é a decorrente da descoberta das limitações. Nós, idosos, descobrimos que somos limitados. Ou melhor: sempre soubemos disso, mas não prestávamos atenção a essa realidade. Nossos sentidos vão ficando limitados (ouvimos menos, enxergamos pouco). A memória vai ficando fraca, a capacidade de atenção é reduzida. Cansamos com facilidade. Já não temos tanta disposição física. Numa palavra: sentimos na própria pele que somos finitos, limitados, frágeis. Assim, fica mais fácil para nós nos abrirmos para o Infinito, para o Eterno.
Outra impressão que o envelhecimento nos traz é de que cada momento precisa ser vivido com intensidade, principalmente no que diz respeito às relações. É preciso colocar-se por inteiro em cada encontro, em cada gesto, em cada palavra. Não deixar passar a oportunidade de se fazer presente, mesmo quando se está só. Em tudo que fazemos deixamos a nossa marca. Na velhice cuidamos para que essa marca não necessite de revisão.
No envelhecimento há também o olhar para o que já foi vivido. Tudo é como um patrimônio. Cada experiência, seja ela positiva ou negativa, marcada pelo sofrimento ou pela alegria, pelo êxito ou pelo fracasso, pode ser vista como um monumento que eu mesmo erigi e que eu, na velhice, posso admirar no seu conjunto, independente da admiração dos demais. Só eu sei o significado profundo de tudo quanto vivi.
O envelhecimento tem, também, o caráter de urgência: ainda dá tempo de esculpir novos monumentos, mesmo marcados pelo sofrimento, pela dor, pela limitação, pelo silêncio. Nesse sentido nós, avós, lembrados agora no fim de julho, temos a chance de entregar esses monumentos a nossos netos, sem nenhuma obrigação, apenas na mais pura gratuidade.
Ismael José Vilela