“Advento significa a ligação entre a memória e a esperança, tão necessária para o homem. O Advento pretende avivar a memória mais funda do coração, a memória do Deus que se fez menino. Durante o ano litúrgico percorremos a grande história da memória, despertarmos a memória do coração, aprendendo, assim, a ver a estrela da esperança.

Todas as festas do Ano Litúrgico são acontecimentos da memória e, por isso, acontecimentos da esperança. As grandes recordações da humanidade, que o ano da fé guarda e desvela, devem sob a forma do tempo sagrado da liturgia e dos costumes, tornar-se recordações da história da vida de cada um. A memória pessoal alimenta- se das grandes recordações da humanidade; e as grandes recordações só perduram quando se traduzem em memória pessoal.

Para que seja possível acreditar, é preciso que ao longo da caminhada da sua vida, a fé seja atraente. É preciso que a humanidade de Deus se torne visível na humanidade dos seres humanos. Cada um de nós podia, certamente, contar uma história pessoal sobre o sentido que a festa do Natal, da Páscoa ou de outras recordações festivas tem para a sua vida.

É um belo exercício de Advento oferecermo-nos uns aos outros recordações de bondade, e abrir assim as portas à esperança”.

CARDEAL RATZINGER – BENTO XVI | O Esplendor da Gloria de Deus. Meditações para o ano litúrgico. Editora Franciscana. Braga. Páginas 22 e 23.