À medida que nos aproximamos da Solenidade de Corpus Christi, celebrada neste dia 19 de junho, a Igreja nos convida a mergulhar no mistério da presença real de Jesus Cristo na Eucaristia. Presença viva, que alimenta, sustenta e permanece entre nós. Em meio aos desafios e buscas da vida cotidiana, essa celebração reacende em nossos corações a certeza de que não estamos sozinhos. Cristo, Deus feito pão, quis permanecer conosco em cada sacrário, em cada altar, em cada coração que o acolhe com fé.
Neste espírito de adoração, partilhamos um profundo e belo texto de Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, que nos conduz à contemplação da grandeza desse mistério eucarístico. Um convite à intimidade com Deus, que se faz próximo, presença amorosa que aquece a alma e transforma a existência.

O céu na terra
Não, a terra não ficou fria. Tu ficaste conosco! O que seria do nosso viver se os sacrários não te contivessem!
Tu desposaste uma vez a humanidade e lhe ficaste fiel.
Senhor, nós te adoramos em todos os sacrários do mundo. Oh! Eles estão conosco, para nós. Não estamos distantes como às estrelas do céu, que também nos deste. Em todo lugar podemos encontrar- te: Rei das estrelas e de toda a Criação!
Obrigado, Senhor, por este dom incomensurável. O céu entornou- se sobre a terra. O firmamento estrelado é pequeno. A terra é grande, porque está pontilhada por toda parte pela Eucaristia: Deus conosco, Deus entre nós, Deus para nós.
O momento mais importante do dia, importante sem comparação, é quando Tu vens ao nosso coração. É a audiência com o Onipotente.
Ali, dizendo- te e redizendo- te às mil necessidades nossas e da humanidade, agradecendo – te pelos dons sobrenaturais e naturais, adorando- te e pedindo- te que cumprimentes tua Mãe por nós, sentimos consumar- se o vértice do dia e nos damos conta de que não soubemos perceber com tanta frequência diante de quem estávamos e o que podíamos, face a face com Deus, no íntimo pequeno recinto de nossa alma.
Jesus não permaneceu na terra, para poder ficar em todos os pontos da Terra na Eucaristia. Era Deus e, qual semente divina, frutificou, multiplicando – se.
Assim, devemos morrer para nos multiplicar.
CHIARA LUBICH. Ideal e Luz. Editora Cidade Nova. Página 180