ADVENTO tempo de acolhimento ao Plano de DEUS pra Salvação da humanidade. Tempo de espera, de cuidado delicado e corajoso, tempo de preparar o coração para acolher e receber o SALVADOR. É a espera da grande Festa, que nos convida à voltar o olhar para Maria e José, referência de casal e de pais nos cuidados com a família.

Tempo de reconhecimento e acolhimento do Senhor que Vem, tempo de preparar o Caminho e purificar o interior, o coração, as atitudes, corrigir as ações para acolher o Senhor e Salvador. Tempo de Esperança, de revelação do Amor incontestável e imensurável de Deus.
GESTAÇÃO, tempo de preparar o corpo, o quarto e o coração para receber o filho que é presente, graça e benção de Deus! É um tempo de cuidado, de se colocar à disposição para uma doação total e incondicional com o desabrochar da auto transcendência que nos impele a confiar em Deus e, portanto, de crescimento e amadurecimento da fé.

Gestação é tempo de esperança, de renovação da vida do casal e da família. Tempo de cuidar e limpar o coração dos medos, das culpas e das mágoas vividas através da relação com a própria mãe ou com o pai do bebê e, que às vezes, esfriam o sentimento e escurecem o olhar para acolher esse presente de Deus.
A fecundidade do casal é uma graça santificante na vida da família e no mundo. “A primeira antífona desta celebração vespertina aparece como abertura do tempo do Advento e ressoa como antífona de todo o ano litúrgico: “Transmiti aos povos este anúncio: eis que vem Deus, o nosso Salvador”. Detenhamo-nos um momento a refletir: não usa o passado – Deus veio, nem o futuro – Deus virá – mas o presente: “Deus vem”. Como podemos comprovar, trata-se de um presente contínuo, ou seja, uma ação que se realiza sempre: está a acontecer, acontece agora e acontecerá também no futuro. A todo o momento “Deus vem”. O Advento exorta os fiéis a tomarem consciência desta verdade e a agirem coerentemente. Ressoa como um apelo saudável, que se repete com o passar dos dias, das semanas e dos meses: Acorda! Recorda que Deus vem! Não ontem, não amanhã, mas hoje, agora!” (Bento XIV- Homilia do Domingo do Advento 2006).
Gestação, tempo de acolher o filho que vem e que já está aí, esse filho que Deus nos confia e que já nasceu para a vida na concepção e se relaciona com a mãe, com o pai e com o meio que o circunda e nascerá para o mundo no momento do parto.
Gestação, tempo de preparar o corpo, o quarto e o coração para receber o filho que é Presente, Graça e Benção de Deus!
“Quando falta Deus, falta a esperança. Tudo perde sentido. É como se viesse a faltar a dimensão da profundidade e todas as coisas obscurecessem, desprovidas do seu valor simbólico, como se não se “destacassem” da simples materialidade. Deus conhece o coração do homem. Sabe que quem O rejeita não conheceu o seu verdadeiro rosto, e por isso não cessa de bater à nossa porta, como peregrino humilde em busca de acolhimento. O Senhor concede um novo tempo à humanidade: precisamente para que todos possam chegar a conhecê-lo! A minha, a nossa esperança é precedida pela expectativa que Deus cultiva a nosso respeito! Sim, Deus ama-nos e precisamente por isso espera que voltemos para Ele, que abramos o nosso coração ao seu amor, que coloquemos a nossa mão na sua e nos recordemos que somos seus filhos. Esta expectativa de Deus precede sempre a nossa esperança, exatamente como o seu amor nos alcança sempre primeiro. Cada um dos homens é chamado a esperar, correspondendo ao que Deus espera dele. De resto, a experiência mostra-nos que é precisamente assim. O que é que faz progredir o mundo, a não ser a confiança que Deus tem no homem? É uma confiança que se reflete nos corações dos pequeninos e dos humildes quando, através das dificuldades e das provações, se esforçam todos os dias para fazer o melhor que podem, para realizar um bem que parece pequeno, mas que aos olhos de Deus é muito grande: na família, no lugar de trabalho, na escola e nos vários âmbitos da sociedade. A esperança está escrita no coração do homem de forma indelével, porque Deus nosso Pai é vida, e é para a vida eterna e bem-aventurada que nós fomos criados”. (Bento XIV Homilia Domingo do Advento 2007).
Gestação é tempo de renovar a esperança – esperar com os braços e coração abertos – esperar com atitudes de benevolência e auto transcendência. Ela, por excelência, nos impele a amar, a se doar incondicionalmente. É tempo de desabrochar e amadurecer o amor, a doação do casal entre si e para com o filho, especialmente da mãe para com o filho – o corpo revela magistralmente essa realidade. Antes de chegar na mãe o nutriente da alimentação, primeiro vai para o bebê.
“Durante o Advento, sentiremos que a Igreja, que nos toma pela mão e, à Imagem de Maria Santíssima, manifesta sua maternidade, fazendo-nos experimentar a espera gozosa da Vinda Do Senhor, que a todos Nos abraça No Seu Amor que Salva e Consola”. (Bento XIV – Homilia Domingo de Advento 2010).
O que o Tempo de Advento pode ensinar a uma mãe gestante???

Maria nos ensina a esperar com Amor… Amando…Doando e Servindo. “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade da cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Maria permaneceu com ela mais ou menos três meses e voltou para a casa”.( Lucas 1,39-40,56).
Maria ensina a doação por excelência, levando a Presença Amorosa do Deus Conosco – derramando o Espírito Santo e enchendo de Alegria. Uma gestante é esse sinal visível do Amor de Deus que VEM nos VISITAR e que se manifesta alegremente na chegada de um novo filho que nos traz a alegria genuína quando acolhido como dom, graça e Benção de Deus. Assim podemos afirmar: O Advento é como uma gestação. A gestação é como um tempo de Advento.
* Erika Lopes Pinheiro Nogueira